sábado, 6 de fevereiro de 2010

A solidão...


Ah, esta minha solidão!
Melancólica e dolorida.
Neste vazio que não começa e não termina, e não vejo raiar o dia da esperança renascida.
No escuro que caminho não distinguo se é flor ou é espinho este pequeno raminho que estou à tocar.
Ouvindo o som do coração, fico em silêncio, fecho os olhos e presto atenção para poder de alguma sorte escutar o que ele bem baixinho está a me falar. Será um sussurro do vento ou o gemido do mar? Será a voz das estrelas ao luar? Será as asas dos pássaros à tilintar esta canção melancólica a me embalar?
Na agonia deste escuro procuro firmar meu pensamento, nas alturas do firmamento, ver se a chuva ou o vento varre pra longe este triste pesar.
Lágrimas nos olhos, lágrimas do céu, será este o véu que impede o meu olhar?
Peço para a chuva bendita tirar esta névoa, me livrar de todas essas trevas e trazer de volta a alegria do meu realizar.
Óh noite enegrecida, com as estrelas benditas, vem brilhar no meu coração trazendo o presente do seu minguante luar prateado e junto neste céu estrelado, a mente voltar à iluminar.
Ilumine com a Luz das doces lembranças, o brilho da esperança, a saudade do seu olhar. Ilumine meu pensamento, com os carinhos dados por suas mãos, as flores ofertadas pelo seu coração, a certeza do amor entregue nesta dádiva.
Abençoe, minha mãe, esta sua humilde filha, que aqui suplica para reestabelecer a paz contida nas profundezas do teu mar... O mar... Amar.
Venha curar esta ferida, a qual só é resolvida, com o curativo da presença viva da sua compania. O amor é meu companheiro e quando ele não está, fica o vazio, da solidão, do frio da sua falta.

Um comentário:

  1. De tudo o que não é bondade
    De tudo o que não é beleza
    De tudo o que não é claridade,
    Alma, desvia o teu olhar
    Ignora todo mal querer
    Ignora todo mal saber
    Ignora todo agourar.

    Alma, por que tanto tormento?
    Este corpo está aí um tempo,
    Está aí por breves momentos
    Recobra esperança e coragem
    Alma em viagem!
    Vive tu, o tempo que for
    tudo não passa de uma hora
    Inclina-te para os que choram
    Canta pelos que vão embora
    Que o temor em ti não aflore
    E só tenhas gestos de amor.

    (Henry Spiess)

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